- 02 de agosto de 2011
O Tocantins faz uma triste figura na chamada lista suja do trabalho escravo, cuja última versão, agora com 251 nomes, foi divulgada na sexta-feira pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Destes, nada menos que 21 são de proprietários de terra no Estado, ou seja, 8,37% do total. Em seis meses, 48 nomes foram incluídos na relação mantida pelo governo federal e 5 foram excluídos.
?Ontem, fiscais do MTE resgataram 69 trabalhadores em situação análoga à escravidão em 11 carvoarias de Goiás. A operação da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Estado foi desencadeada após denúncia de tentativa de homicídio de um operário.?Os carvoeiros eram trazidos irregularmente de Minas Gerais, não tinham registro e nenhum direito trabalhista, como descanso semanal remunerado, férias ou 13º salário. Nas carvoarias, as condições de trabalho e moradia eram precárias. Não havia água potável e alguns alojamentos foram erguidos em galpões de pau-a-pique, com teto de lona e piso de chão batido. Os fiscais também constataram a falta de instalações sanitárias nos locais de trabalho e nos alojamentos.?
Exploração
?O esquema de exploração dos trabalhadores, coordenado por uma família, funcionava havia mais de seis anos, de acordo com o MTE. Os operários eram aliciados para atividades que iam do desmatamento do Cerrado para produção de carvão à entrega do produto para siderúrgicas em Minas Gerais. De acordo com os fiscais, não eram fornecidos equipamentos de proteção individual (EPI) para execução de atividades como corte, carregamento e transporte de madeira e para o trabalho nos fornos.?Os empregadores terão que pagar R$ 680 mil em indenizações rescisórias aos trabalhadores resgatados. Cerca de R$ 200 mil foram pagos e o restante será cobrado em ação coletiva movida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) contra os produtores de carvão e contra os fazendeiros onde as carvoarias estavam instaladas. Os empregados resgatados irão receber três parcelas do seguro-desemprego, de um salário mínimo cada.??
Trabalho escravo?
?Veja as propriedades do Tocantins que figuram na lista suja do MTE:
?1 Agropecuária Caracol Ltda. (Fazenda Caracol Cachoeirinha);
?2 Airton Fontenelle Rocha (Fazenda São Miguel Xambioá);
?3 Alberto de Deus Guerra (Fazenda Grotão Colinas do Tocantins);
?4 Antônio Fernando Bezerra (Fazenda Jardim Lote 01 Araguaína);?
5 Antônio Gabriel de Paiva (Fazenda Três Corações Carmolândia);
?6 Arilson Alves da Silva (Fazenda Boa Esperança Arapoema);?
7 Dorival Cardoso de Oliveira (Fazenda Pedra Grande Bandeirante do Tocantins);?
8 Geraldo Otaviano Mendes (Fazenda Genipapo Conceição do Tocantins);
9 Gerson Joaquim Machado (Fazenda São Mariano III Darcinópolis);
10 Iakov Kalugin (Fazenda São Simeão Campos Lindos);?
11 Irene Batista Aquino (Fazenda Tupitinga Colinas do Tocantins);?
12 Jesus José Ribeiro (Fazenda Minas Gerais II Presidente Kennedy);?
13 Joaquim Faria Daflon (Fazenda Castanhal Ananás);?
14 Lauro de Freitas Lemes (Fazenda Angico Campos Lindos);?
15 Maria Castro de Souza Araújo (Fazenda Pantanal Axixá do Tocantins);?
16 Marisio Vicente da Silva (Fazenda Araguanajá Araguaína);?
17 Onofre Marques de Melo (Fazenda Água Roxa Ananás);?
18 Ronnie Petterson Moreira de Melo (Fazenda Vitória Almas);?
19 Valdeci dos Anjos Brito (Fazenda São Sebastião Colmeia);?
20 Wagner Furiati Nabarrete (Fazenda Poção Bonito Ponte Alta do Bom Jesus);
?21 Waldir Batista Rios (Fazenda Três Irmãos Recursolândia)?
?Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego (MTE)
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