• 22 de dezembro de 2011
A taxa de desocupação no País foi estimada em 5,2% em novembro, queda de 0,6 ponto percentual ante o mês imediatamente anterior, o menor resultado para o mês desde o início da série, em março de 2002, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira. No comparativo anual, o recuo foi de 0,5 ponto percentual.

 

Segundo os dados, existem 1,3 milhão de pessoas desempregadas no País, queda de 9,6% ante os dados de outubro, e 7,9% ante novembro de 2010. Já a população com ocupação apresentou crescimento de 0,7% frente outubro, atingindo 22,8 milhões de pessoas. Na comparação com 2010 o aumento registrado foi de 1,9%, o que representa a criação de 431 mil empregos no intervalo de 12 meses.

 

O número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado ficou em 11,2 milhões, não registrando aumento ante outubro. Já no comparativo anual houve elevação de 6,8%, o que significa um adicional de 708 mil postos de trabalho com carteira assinada no período de um ano.

 

Ao explicar os dados, o gerente da PME, Cimar Azeredo, disse que "normalmente, a contratação de temporários para as festas de fim de ano acontece no início de dezembro, mas quando o poder de compra do trabalhador está forte, isso é antecipado para novembro ou até outubro".

 

No entanto, os números do IBGE contrastam com os do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), informados pelo Ministério do Trabalho na terça-feira. De acordo com o Caged, a economia brasileira teve em novembro a menor geração de empregos formais em 11 meses, registrando a pior criação de vagas para o mês em três anos, em um possível indicativo dos efeitos da crise internacional sobre a atividade doméstica.

 

"Esse é um período de contratações sazonais e é preciso esperar janeiro para saber se há efeito da crise. Em janeiro é que começam as dispensas", disse Azeredo, lembrando que as metodologias do Caged e da PME são distintas.

 

Os dados também mostram que o rendimento médio dos ocupados foi de R$ 1.623,40, o valor mais alto para o mês de novembro desde 2002. A massa de rendimento habitual aumentou 0,6% ante outubro, atingindo R$ 37,4 bilhões. No comparativo anual o crescimento foi de 2,2%. O rendimento real efetivo dos ocupados foi de R$ 37,2 bilhões, alta de 0,8% ante a estimativa de outubro e 1,7% no ano.

 

A construção civil também contratou fortemente no mês de novembro, segundo o IBGE. Na comparação com novembro de 2010, a construção aumentou o número de vagas em 8,8%. O bom desempenho da construção ocorreu em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte "Tem uma série de obras em curso para Copa do Mundo, Olimpíadas e um aquecimento do setor imobiliário que favorecem as contratações de trabalhadores", disse Cimar Azeredo.

 

Por outro lado, a indústria voltou a demitir e manteve a sua trajetória de perda de participação no mercado de trabalho. Em novembro, a industria representava 16% do total de ocupados, o menor percentual para um mês de novembro de toda a série.

 

Em nota divulgada nesta quinta-feira, a analista de Pesquisa Macroeconômica do Banco Santander, Fernanda Consorte, diz que "a renda real mostrou melhor resultado do que o observado no mês anterior". Os analistas do banco acreditam que "o piso da renda foi registrado em outubro" e que, portanto, "ela pode continuar a melhorar nos próximos meses.

 

Com base nessa visão, o banco mantém sua previsão de crescimento da atividade econômica no começo de 2012, mas afirma que o baixo patamar de desemprego, combinado com ganhos na renda real, "significa continuidade da pressão no cenário de inflação, especialmente nos preços dos serviços".

 

Porém, na avaliação dos analistas da Rosenberg Consultores Associados, o crescimento médio real dos ocupados no mês de novembro, de 0,1% sobre outubro, "foi muito modesto na margem". A consultoria lembra que "este é o terceiro mês consecutivo de rendimento relativamente estável, o que pode ser consequência da admissão de trabalhadores com rendimento médio menor".

 

Diante desse quadro, a consultoria avalia que "o primeiro trimestre de 2012 pode ser menos alvissareiro, conforme se propaguem os efeitos da desaceleração do ritmo de atividade".

 

Com informações: site Economia Terra