• 30 de novembro de 2011

As empresas têm até esta quarta (30) para fazer o pagamento da primeira parcela do 13º salário para quem não recebeu antecipação nas férias. A segunda parcela é paga até 20 de dezembro.

Segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos), o salário extra vai injetar cerca de R$ 118 bilhões na economia brasileira. Esse montante representa aproximadamente 2,9% do PIB do país.

Neste ano, 60% dos consumidores pretendem usar o 13º salário para pagar dívidas, segundo levantamento da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade). E esse é mesmo o destino mais adequado para quem não está com as contas em dia, afirmam especialistas em finanças pessoais.

A professora de finanças do Insper Angela Menezes afirma que, mesmo que o salário extra não seja suficiente para quitar a dívida, deve ser usado para pagar uma parte dela. "O objetivo é diminuir a despesa com juros", diz.

Segundo Angela, não compensa, por exemplo, investir o 13º para tentar pagar a dívida por completo daqui a alguns meses.

"O rendimento obtido em um investimento é como uma goteira, enquanto o gasto com juros é uma torneira aberta", compara. "O consumidor não vai conseguir, com o investimento, compensar a perda que ele terá com os juros."

Dívidas mais caras devem ser pagas primeiro

As dívidas mais caras, como aquelas com cartões de crédito e com cheque especial, devem ser pagas primeiro. A orientação é do administrador Haroldo Monteiro, professor da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e coordenador do MBA em Finanças da Universidade Veiga de Almeida.

Em setembro, os juros médios cobrados no cheque especial foram de 8,23% ao mês, segundo a Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade).

No cartão de crédito, quem paga só o mínimo precisa arcar com uma taxa média de 10,69% mensais, de acordo com a Anefac.

"Caso o consumidor não tenha dinheiro para quitá-las integralmente, deve tomar um empréstimo com um custo menor, como o consignado, ou renegociar a dívida com o banco ou a administradora", sugere Monteiro.

Compra de presentes deve ser planejada

Quem não tem dívidas e quiser usar o 13º para a compra de presentes de Natal deve se planejar antes de sair de casa, aconselha  a professora do Insper Angela Menezes.

"Na compra dos presentes, é interessante fazer um planejamento e uma pesquisa de preços, que podem minimizar os gastos", diz.

O trabalhador não deve se esquecer, também, dos gastos que pesam no orçamento todo início de ano, como aqueles com material escolar, IPTU e IPVA.

"No começo do ano, a receita fica comprometida por esses custos e sobra menos para saldar dívidas assumidas em dezembro", diz Haroldo Monteiro. Se possível, é interessante destinar parte do 13º para esses gastos.

Salário extra é bom motivo para começar investimento

Já para o trabalhador que chegou ao fim do ano sem dívidas e se planejou para as contas de começo de ano, o 13º é uma ótima oportunidade de iniciar algum tipo de investimento, orienta o educador financeiro Conrado Navarro.

"É um bom momento para começar a aprender a guardar dinheiro", diz. "Mas o dinheiro precisa estar associado a algum objetivo, como uma viagem de férias."

Navarro sugere a caderneta de poupança como investimento para um prazo mais curto, de cerca de seis meses. Os títulos públicos do governo brasileiro, comprados por meio do programa Tesouro Direto, são a opção para quem quer investir por um ano ou dois.

Ele aconselha, ainda, que o trabalhador busque outras instituições antes de fazer seu investimento no banco em que já mantém conta. "Bancos menores podem ter taxas de administração mais interessantes", diz.

 

Com informações: site Economia UOL