• 08 de agosto de 2011

As bolsas de valores da Europa voltavam a registrar forte queda nesta segunda-feira, com o índice de blue-chips (ações com maior peso e liquidez) recuando pelo 11º pregão seguido, com o rebaixamento da nota da dívida dos Estados Unidos renovando temores de que a maior economia do mundo possa entrar em uma nova recessão.

 

 

 

 

 

A compra de bônus italianos e espanhóis pelo Banco Central Europeu (BCE) - medida para impedir o espalhamento da crise de dívida da zona do euro - limitava os declínios dos mercados. Às 7h11 (horário de Brasília), o índice das principais ações europeias FTSEurofirst caía 1,91%, aos 956 pontos.

 

 

 

O BCE anunciou no domingo que aplicaria ativamente o programa de compra da dívida pública de países da zona euro em dificuldades, sem especificar as nações, mas os investidores imediatamente pensaram na Espanha e Itália.

 

 

 

O ministro francês da Economia, François Baroin, declarou que o BCE está efetivamente disposto a comprar títulos das dívidas espanhola e italiana se alguns investidores se retirarem do mercado. No mercado de obrigações, os juros a 10 anos para títulos da Espanha e da Itália estavam em forte queda, abaixo dos 6%, a 5,363% e 5,248% respectivamente.

 

 

 

Entenda
No auge da crise de crédito, que se agravou em 2008, a saúde financeira dos bancos no mundo inteiro foi colocada à prova. Os problemas em operações de financiamento imobiliário nos Estados Unidos geraram bilhões em perdas e o sistema bancário não encontrou mais onde emprestar dinheiro. Sem financiamento, a economia não tem como avançar e, para diminuir os efeitos da recessão, os países aumentaram os gastos públicos, ampliando as dívidas além dos tetos nacionais.

 

 

 

Mas o estímulo não foi suficiente para elevar o crescimento dos Produtos Internos Brutos (PIB) a ponto de garantir o pagamento das contas. A primeira a entrar em colapso foi a Grécia, cuja dívida pública alcançou 340,227 bilhões de euros em 2010, o que corresponde a 148,6% do PIB. Com a luz amarela acesa, as economias de outros países da região foram inspecionadas mais rigorosamente. Portugal e Irlanda chamaram atenção por conta da fragilidade econômica. No entanto, o fraco crescimento econômico e o aumento da dívida pública na região já atingem grandes economias, como Itália e Espanha.

 

 

 

Um fundo de ajuda foi criado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e pelo Banco Central Europeu (BCE), com influência da Alemanha, país da região com maior solidez econômica. Contudo, para ter acesso aos pacotes de resgates, as nações precisam se adaptar a rígidas condições impostas pelo FMI. A Grécia foi a primeira a aceitar e viu em suas ruas grandes manifestações contra os cortes de empregos públicos, programas sociais e aumentos de impostos.

 

Com informações: site Economia Terra