• 27 de agosto de 2013

Depois que assaltantes fortemente armados assaltaram a agência do Banco do Brasil em Taguatinga, na madrugada da ultima terça-feira, 20, e trocaram tiros com a Policia Militar no posto fiscal Levantado, em Taguatinga, divisa com a Bahia, um posto fiscal foi metralhado colocando em risco a segurança dos Auditores e funcionários que davam plantão naquela unidade.  O Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Estadual do Estado do Tocantins ?? Sindare, levantou a discussão sobre a falta de policiamento nas unidades de fiscalização  de todo o Estado, inclusive foi o único Sindicato que se manifestou solidário com os colegas durante a Audiência Pública realizada na Assembléia Legislativa.

De acordo com o presidente do Sindare, Jorge Couto, não é a primeira vez que auditores fiscais passam por este tipo de situação e colocam em risco sua própria vida. ??Estamos solidários com os colegas que estavam trabalhando no dia em que o posto fiscal foi metralhado e vamos buscar junto ao Governo do Estado mais segurança para que possamos desempenhar nosso trabalho com tranqüilidade e eficácia?, disse.

O auditor fiscal Nelson Junior, concursado desde 1994, concedeu uma entrevista exclusiva para o site do Sindare e contou os momentos de terror pelo qual passou.

Sindare: Nelson, conta como foi que aconteceu?

Nelson: Entrei no plantão no posto de Levantado no dia 17, como determina a escala. Neste posto nós fiscalizamos muitas mercadorias em trânsito entre o Estado do Tocantins e o Estado da Bahia.  Como de costume fiquei até a uma hora da manhã na fiscalização, e depois me recolhi para descansar. Por volta das 2h40, fomos acordados pelos policiais militares, nos avisando que iriam fazer uma barreira ali no posto, para interceptar bandidos. Nós não imaginávamos que seria da proporção que foi. Fomos surpreendidos por bandidos fortemente armados, que dispararam por todas as partes. Eu e mais três companheiros ficamos com muito medo e deitamos no chão, rezando para que Deus nos abençoasse. Foram alguns minutos que pareceram uma eternidade. A gente só via as balas perfurando as paredes, as janelas... nossa, foi horrível, mas graças a Deus ninguém se feriu.

Sindare: Você já havia passado por alguma situação como esta, antes?

Nelson:  Não. Agente sabe que a maioria dos postos fiscais do Tocantins não tem policiamento necessário. Tem algumas unidades que até tem um policial, mas não é o suficiente.  Alguns colegas relatam que já foram assaltados, e coisa e tal, mas nunca imaginei passar por uma situação como esta.  Poderia ter acontecido uma tragédia.

Sindare: E como você se sente depois do ocorrido?

Nelson: Com muito medo. Eu praticamente nasci de novo. A gente trabalha para dar uma vida melhor para nossa família e estamos colocando nossa vida em risco. Agora vai ser difícil ficar tranqüilo no trabalho. Dia 17 entro no plantão de novo e não sei como vai ser. A insegurança é grande demais. Espero que o poder público olhe para nós também e com esse novo concurso da PM possa nos ofertar mais dignidade para trabalhar. Contamos também com o apoio do SINDARE e da AUDIFISCO para que possamos lutar por mais segurança nos postos fiscais.