• 16 de dezembro de 2010

Depois de alinhamento de líderes na campanha, sindicatos têm a missão de achar o caminho do meio

A campanha que terminou deixou um saldo negativo para o envolvimento de sindicalistas de um lado só nas últimas eleições. Alinhados ao lado de Carlos Gaguim, os principais presidentes de sindicatos assinaram carta aberta contra Siqueira, publicada na imprensa, veiculada na TV e que terminou tirada de circulação por determinação judicial. No pós campanha, esta semana, outdoors da campanha "Pague a data base governador Gaguim" tomam conta de todo o Estado. É o distanciamento do governo que finda chegando, e a aproximação com quem foi tratado como adversário, de outro lado. Tarefa dura, mas que ensina a necessidade de amadurecer.
Roberta Tum
Sherlyton Ribeiro O nome do governador "companheiro" foi parar no out door
O nome do governador "companheiro" foi parar no out door
Conversando com o presidente do Sisepe, Clayton Pinheiro nesta quarta-feira sobre o andamento da cobrança pelo pagamento da data base, notei a disposição de diálogo com o novo governo. É absolutamente necessário. Afinal, as categorias representadas por presidentes que têm posições político-partidárias divergentes do governador eleito não podem ter prejuízo com a prevalência de posições pessoais na condução da conversa.
O problema é que fazer a volta depois de ir fundo numa campanha política não é fácil. Especialmente encontrar o caminho do meio: aquele que fica entre a posição política pessoal e a necessidade de assumir interlocução em nome de um grupo de pessoas.
Faltou isenção à maioria dos presidentes de sindicatos durante a campanha eleitoral. Por outro lado, soa oportunismo a campanha que está nas ruas pressionando o governador que era companheiro até ontem. Não que esteja incorreta a reivindicação pela data base. Longe disto. Ela é legal, é justa, e deve ser feita. O problema é o tom, que marca justamente o distanciamento de um, para poder aproximar-se do outro.
Cobrança exagerada soa em falso
O que soa falso é o tom de cobrança exacerbada se faltou equilíbrio numa disputa que está bem fresca na memória recente: aconteceu há três meses. Já tem presidente de sindicato que subiu no palanque como candidato e discursou contra Siqueira, nas imediações da antiga 14 buscando aliança com Eduardo Siqueira. É muita rapidez.
Com o respeito merecido às categorias e aos seus representantes, penso que todo excesso precisa ser evitado por quem tem a missão de representar a coletividade em questões como direitos trabalhistas. Depois da vaca morta é difícil arranjar credibilidade para sentar à mesa. Partido, posição política, todo cidadão tem o direito à sua. Comprometer toda uma categoria em favor de um candidato não é bom nem quando o resultado é a vitória. Em caso de derrota então, é desastroso.
Até ontem praticamente, Gaguim era tratado com toda deferência pelas conquistas garantidas a vários segmentos: acordo, parcelamento de aumento, pagamento de indenizações. Diante da dificuldade financeira do fim do governo, após uma campanha em que todas as benesses foram postas a serviço dos companheiros, é fácil virar adversário. Mas é feio. Muito feio
 
Fonte: Portal RT