• 03 de março de 2010
A inadimplência das empresas no mês de janeiro recuou 14,6% em relação ao mesmo período do ano passado. O resultado, que representa a maior queda nesta base de comparação desde março de 2008, está associado à melhora nas finanças das empresas, que no ano passado amargaram grandes perdas com a crise financeira mundial.

Para se ter ideia, em janeiro de 2009, a inadimplência das companhias avançou 28,9% sobre o mesmo mês de 2008. A retomada das empresas foi maior entre aquelas de grande porte, onde as dívidas em atraso caíram 36,7%. Nas médias, a retração foi de 25,7%, enquanto nas pequenas, que ainda enfrentam dificuldade de acesso ao crédito, a queda foi bem menor, de 12,9%.

Ao comentar as perspectivas para os próximos meses, a Serasa destacou que a inadimplência apresentará evoluções mais lentas no primeiro semestre de 2010.

"Ainda assim, os últimos acontecimentos internacionais a respeito dos desequilíbrios das finanças públicas de alguns países europeus, e o retorno das alíquotas de recolhimento compulsório dos bancos, no Banco Central, aos patamares pré-crise, devem tornar o crédito mais caro", avalia a entidade.

Em relação a dezembro, o indicador teve alta de 3%. O desempenho reflete o crescimento de 20,7% no volume de títulos protestados no período. As dívidas com os bancos permaneceram praticamente estáveis (0,1%). Já a quantidade de cheques devolvidos por falta de fundos saltou 14,5%.

Na comparação mensal, as grandes empresas registraram um aumento de 18,2% na inadimplência por conta das dificuldades enfrentadas pelos exportadores. Nas médias empresas, o indicador teve alta 16,5%. Já nas pequenas, a expansão foi de apenas 1,9%, já que os critérios para concessão de crédito ficaram mais rigorosos.

Entre as pessoas jurídicas com dívidas em atraso com os bancos, a comparação do período de janeiro de 2008 a janeiro de 2009 com igual período entre 2009 e 2010 mostra que houve um ligeiro aumento de 1,3% nas dívidas, com valor de R$ 4.530,91. O valor médio dos cheques sem fundos subiu 36,9%, para R$ 1.932,73. Já os títulos protestados tiveram queda de 14,6%, com média de R$ 1.507,17.

(Com informação do jornal Valor Econômico)